quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Covilhã - Os Forais e a População nos séculos XV e XVI - III


    Antes da publicação deste Censo ou Numeramento de 1496 que Luiz Fernando de Carvalho Dias transcreveu, publicámos um documento de D. João II do ano de 1482, "Sobre os Contadores". Também já apresentámos um "Regimento dos Corregedores das Comarcas", bem interessante para o assunto que tratamos. Vamos mostrar um mapa com o itinerário que o porteiro do almoxarifado teria seguido em 1496 (1) e fotografias desse Inquérito, respeitantes à Covilhã.


Itinerário

“ Caderno da gente e Rendas da Beira “

Covilhã (9 vº cont)

Jtem - Covilhã é de El Rei nosso senhor e é alcaide dela Dom Rodrigo de Castro; os direitos reais do Castelo são a sisa judenga que rende quarenta mil reais com todos os outros direitos S - portagem quinze mil reais e os foros do alcambar vinte e sete mil reais E as pensões dos tabeliães It brancajães (2) e armas e volltos ... seis mil reais; Soma de todo o rendimento ao dito alcaide oitenta e sete mil reais
    ( fls 10) // mais rende a dita judiaria de sisa em cada um ano a Conde dabranches cinco mil
     e quinhentos reais
// mais rende a dita comuna do direito dos ferros de ceyta seiscentos reais

Estes são os criados dos reis passados e dos infantes que vivem na dita vila de Covilhã e seu termo
Dom Rodrigo de Castro, criado del Rei Dom Afonso que Deus tem
João Tavares, criado do dito Rei D. Afonso que Deus tem e é cavaleiro e comendador de São Vicente da Beira e de Alpedriz
Álvaro da Cunha, fidalgo criado do Infante D. Henrique e é juiz dos direitos reais na dita vila
Nuno da Cunha, fidalgo criado do Infante D. ( riscado ) que Deus tem;
(10 vº) Rui Nunes, cavaleiro e criado del Rei Dom João que Deus tem
João de Figueiredo o Velho, cavaleiro criado del Rei Dom Afonso que Deus tem;
João de Figueiredo o moço é alcaide por Dom Rodrigo
Lopo Barbedo criado do Infante D. Fernando que Deus tem
Tomé Álvares é escudeiro e criado do dito senhor Dom Afonso é escrivão do porto do Sabugal
Fernão de Anes é escudeiro criado do dito senhor rei Dom Afonso
Martim  Gomes é escudeiro  criado do dito senhor rei Dom Afonso
João Carvalho é escudeiro criado do dito senhor rei Dom Afonso e escrivão dos órfãos da dita vila;
Lopo Fernandes é escudeiro criado del Rei D. João que Deus tem
Álvaro Fernandes é escudeiro criado do dito senhor rei Dom Afonso;
João Fernandes ....... é escudeiro criado do dito ....    Afonso;
( fls 11) Fernão Cardoso é escudeiro criado do dito senhor rei Dom Afonso;
Rodrigo Afonso Barbas é escudeiro criado do dito senhor rei Dom Afonso;
Pero Tavares é escudeiro criado do Infante D. Henrique e é mamposteiro mor dos cativos da dita vila;
João Ribeiro é escudeiro criado del Rei D. Pº ... que Deus tem;
os quais acima escritos são moradores no corpo da dita vila de Covilhã;
E estes são os do termo da dita (sic) vila
O Craveiro fidalgo e criado do Infante D. Fernando e é comendador da Reigada, morador na Aldeia de Joane;
Nuno Vaz de Castelbranco é fidalgo criado del Rei D. Afonso que Deus tem
hº Lopes morador no Souto da Casa é escudeiro criado do dito senhor Rei D. Afonso;
Estes são os oficiais da dita vila e seu ... (termo).
(fls 11 vº) Estes são os moradores da vila
Paio Roiz de Castelbranco é juiz das sisas;
João Barbas é escrivão dos feitos das ditas sisas;
Afonso Álvares é escrivão da tamella das ditas sisas e escrivão da coudelaria, tabelião do judicial;
Afonso Álvares Gago é tabelião do judicial;
Luís Fernandes é tabelião do judicial;
João Brandão é tabelião do judicial;
Pero Machado é tabelião do judicial e é escudeiro criado do Infante D. Henrique;
Henrique Mendes é tabelião do judicial;
Henrique da Costa é tabelião das notas e é contador e inquiridor dos feitos na dita vila e é escudeiro e criado do Infante D. Fernando;
Tomás Tavares é tabelião das notas;
(fls 12) Gregório Roiz é tabelião das notas e jurado;
João Lourenço Vaz morador na Aldeia de Joane é tabelião das notas;
Afonso Eanes morador no Souto da Casa é escrivão das sisas de Oleiro e Ribeira do Caya, termo da dita vila;
João de Barbedo é juiz dos órfãos;
Juça de Carces judeu é escrivão da Câmara da dita Comuna e judicial;
Abraão Çoleima é escrivão da dita Comuna.
São destes sobre ditos trinta e nove pessoas.
São do número do povo com os judeus que são cento e oito (3), dois mil e trezentos e trinta e quatro pessoas E nesta conta entram muitos escudeiros criados del Rei nosso senhor e doutro muitos fidalgos que não vão nomeados pelos seus nomes porque no mandado se não contém nem faz declaração. Feito aos 16 dias de Março Afonso Álvares o fiz de 1496.
(2) - direito que se paga por cozer pão
    (3) - à margem : 2334 moradores / 2226  (não judeus)


Fotografias do Numeramento de 1496 respeitantes à Covilhã



     Outras terras

Manteigas (fls 1)

Manteigas é de El Rei nosso senhor tem nela João Fernandes Cabral  a presente em colheita e lhe rende sete mil reais.
Estes são os oficiais:
Miguel Vaz é juiz das sisas;
Henrique Conde escrivão das sisas;
João Martins escrivão da Câmara e do judicial e público e ........ por sua alteza;
Soma o número de moradores da dita, criados e vizinhos duzentos e vinte, feito na dita vila 18 dias do mês de Março e João Martins escrivão da Câmara da dita vila o escrevi de 1496 anos. Eu escrivão que isto assinei por ser verdade por que na dita vila não estavam os juizes.     a) João Martins
Tem à margem - 220 moradores

Valhelhas (fls 1 vº)

O castelo de Valhelhas está por El Rei é senhor dele e da dita vila Dom Rodrigo de Castro e é alcaide Vasco Anes e tem de renda e direitos reais dez mil (?) reais é juiz dos órfãos Pero Feio e Paio Gomes tabelião e escrivão dos órfãos
Domingos Hº tabelião do público e do judicial
conta dos moradores da vila e termo 230 homens Paio Gomes tabelião o fez de 1496 anos aos .... de Março não assinar ?
Tem à margem - 230
       fls 1 vº em branco
       fls 2 em branco
       fls 2 vº - Em letra do sec XVI - “ Caderno da Gente e Rendas da bejra “
       contém ao todo o caderno - 13 fls

Penamacor (fls 3)

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1496 anos aos 8 dias do mês de Março do ano presente no lugar da Meimoa termo da vila de Penamacor estando aí Álvaro Vaz ( ou Vasques ? ), juiz ordinário nesta vila termo perante ele juiz compareceu Lourenço Afonso, homem do almoxarifado da Guarda E apresentou este treslado da carta del Rei nosso senhor contido neste caderno a qual eu tabelião publiquei E sendo a publicada o dito juiz em cumprimento dela fez esta diligência que tal é :
O Castelo e esta dita vila de Penamacor é del Rei nosso senhor E alcaide mor dela é Rui Mendes de Vasconcelos
Os direitos que pertencem ao dito castelo rendem doze mil e quatrocentos reais porque ora estão arrendados. Nesta vila tem sua casa Dom Fernando de Menezes comendador de ...... marquês  
(fls 3 vº) Pero Afonso escudeiro criado del Rei que Deus haja, morador nesta vila;
João de Lamego alcaide das saquas nesta vila, que vive em Belmonte;
escrivão das saquas Sebastião Martins, morador na dita vila;
Juiz das sisas na dita vila Álvaro Vaz morador nela;
Escrivão das sisas Sebastião Martins morador na dita vila;
Há na dita vila três tabeliães
por ser verdade assinou aqui o dito juiz
Na dita vila de Penamacor há aí trezentos e oitenta moradores pouco mais ou menos
Tem à margem - 330 moradores
       a) Álvaro Vasques
Mais a sua alteza na dita vila termo (sic) o terço das rendas do concelho
       a) Álvaro Vasques

Idanha (fls 4)

Aos dez dias do mês de Março do ano de 1496 anos na cidade de Idanha a velha por Lourenço Afonso, homem do almoxarifado da Guarda foi notificada esta carta del rei nosso senhor e contador e caderno atrás contido a Álvaro Anes, juiz ordinário na dita cidade e o dito juiz, vista a dita carta e caderno e o nela contido, mandou que se cumprisse assim como nela estava contido e que em cumprimento dela mandava a mim tabelião que escrevesse os apontamentos e coisas contidas na dita carta os que houvesse nesta cidade e termo segundo na dita carta faz menção, e o dito Lourenço Afonso portador desta pediu esta provisão, testemunhas Gº Magro e Aº Gonçalves ferreiro Eu Gomes de Proença tabelião que este escrevi
Nesta cidade e termo não há fidalgos nem cavaleiros nem escudeiros nem privilegiados
Nesta cidade há juiz das sisas e chama-se João Álvares e escrivão delas João Miguel
Há nesta cidade Gomes de Proença tabelião público e judicial por sua alteza
No termo desta cidade é coudel Pero Gil, morador na dita cidade e João Miguel é escrivão da coudelaria, este ofício é (termo ?) e não na cidade.

Monsanto (fls 4 vº)

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1496 anos aos nove dias do mês de Março na vila de Penamacor (riscado) Monsanto no adro de São Salvador estando aí Nuno Álvares, escudeiro do senhor conde da dita vila que Deus haja e Vasco Fernandes, juizes ordinários na dita vila perante eles compareceu Lourenço Afonso , homem do almoxarifado e apresentou perante eles este mandado do treslado da carta del rei nosso senhor atrás escrito e os dois juízes em cumprimento dele disseram isto que adiante se segue:
O Castelo desta vila e essa esteve até agora que o dito senhor conde faleceu, por o dito conde em alcaide que então em esta em o dito castelo estava por o dito conde e chama-se Álvaro de Castros e agora não sabemos a quem sua alteza mandará dar o dito castelo
A renda que o dito conde tinha nesta vila eram nove mil reais em cada um ano deste concelho por todos os direitos que aqui de nós havia
mais mil e quatrocentos e quarenta reais de pensão dos tabeliães
havia a sisa judenga dos judeus desta vila e seu arrendamento e esta quantia vai arrendada em quatro mil reais
Juízes das sisas  ...... de Sousa fidalgo morador nesta ...........
(fls 5) .... das ditas sisas // Jesus /
coudel da dita vila e termo Nuno Álvares escudeiro do conde que Deus haja, morador na dita vila
Há na dita vila três tabeliães S. Afonso Prado e Pero André e João Afonso todos moradores e naturais da dita vila
Há nesta vila duas igrejas São Salvador prior dela Miguel Mendes capelão do senhor Príncipe que Deus tem por seu alvará; São Miguel prior dele Rº Afonso capelão do senhor conde que Deus tem.
Em Medelim termo desta vila a Santa Maria Madalena prior dela ( prior dela repetido ) Pero Saram capelão do dito senhor conde
O número dos moradores da dita vila e seu termo trezentos ( quatro letras riscadas ) vizinhos pouco mais ou menos.
Tem á margem - 300 moradores
Das rendas que na dita vila el Rei nosso senhor há em cada um ano a terça do que as ditas rendas rendem e por ser verdade assinam aqui por suas mãos
       a) Nuno Álvares    a) Vasco Fernandes, juízes

Salvaterra (fls 5 vº)

Aos onze dias do mês de Março do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1496 anos na vila de Salvaterra em o Jdos (adro ?) de Santa Maria foi apresentado este treslado desta carta del Rei Nosso Senhor a Pero Vaz e a Pero Afonso Crespo, juízes ordinários na dita vila e os ditos juízes em cumprimento dela disseram logo estas coisas adiante escritos
dizem que nesta vila está um Castelo / à margem : Castelo / e tem dele o cargo Fernão de Sousa, comendador mor da ordem de Cristo e tem por alcaide nele Luís Álvares, seu criado /
Nesta vila há uma judiaria que rende de sisa judenga e direitos um mil e quinhentos reais e destes direitos (uma palavra ilegível) e os havia o conde de Monsanto
a portagem desta vila renderá pouco mais ou menos obra de dois mil reais e os leva o comendador mor
quanto é dos escudeiros não há aqui salvo Pero do Rego alcaide das sacas
e as rendas do concelho (sic) que poderão um ano por outro render a terça del Rei obra de três mil reais e outros anos não rende tanto e Diogo Lopes contador das obras toma esta conta ao concelho  (sic)
Vasco Fernandes tem ofício da escrivaninha do órfãos e das sisas e do público e das bestas e gados
Pero Lucas tabelião do público e da almotaceria e da câmara e contador e inquiridor
Brás Afonso tabelião do público
O número .... (rasgado) ........ vila e ( fls 6 ) termo
O número da gente da vila obra cento e trinta moradores de vila e termo e outra coisa não sabemos salvo a sisa que tem el Rei nosso senhor por verdade assinamos por nossas mãos
a) Pero Vasques    a) Pero Vaz   a) Pero (sinal) Afonso
                                       Juiz                     Juíz

Rosmaninhal

Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1496 anos, nesta vila do Rosmaninhal  (sic) à porta de Aparício Anes moço, morador no dito lugar Em presença de mim tabelião e das testemunhas foi apresentado este treslado desta carta del Rei nosso Senhor a João Folgado e Afonso Álvares juízes ordinários que ora são na dita vila e os ditos juízes em cumprimento dela disseram logo estas coisas adiante contidas e escritas Eu Diogo Dias tabelião que esta escrevi
Dizem os sobreditos juízes que nesta vila não há castelo mas é comendador dela Antão da Fonseca que ele recolhe todas as rendas do dito lugar, dízimos e portagens que podem ser bem (rasgado) ... portagem bj. tos (600 ?) reais
(6 vº) quanto é dos escudeiros nesta vila não há nem um por que não é salvo terra de lavradores
quanto é ao que rendem as rendas do concelho desta vila é um lugar sem nenhuma renda mas haverá sua alteza de terça cento reais e mais não um ano e outros anos não no rende
nesta vila há um Diogo Dias que é tabelião do público e escrivão da câmara e escrivão das sisas e paga de pensão cada ano a sua alteza trezentos reais
O número da conta que há no dito lugar pouco mais ou menos não falecer nenhum por que não tem termo setenta vizinhos e mais não - (à margem 70 moradores)
outros oficiais nesta vila não os há salvo os que havemos dito e por verdade Eu Diogo Dias tabelião na dita vila por sua alteza escrevi por mandado dos ditos juízes e assinaram de seus sinais que tais ... (rasgado) ... de meu sinal Raso

Proença (fls 7)

Ano do nascimento de nosso senhor Jesus Cristo de 1496 anos aos 13 dias do mês de Março Nesta vila de Proença perante Hº Gonçalves e André Pires juízes ordinários compareceu Lourenço Afonso, homem do almoxarifado da Guarda e por mim tabelião ali so nomeado lhe foi publicada esta ... (sumido) del Rei nosso senhor e logo os ditos juízes em cumprimento dela fizeram esta diligência que se segue
Nesta vila há em castelo feito sem nenhuma torre e está nela João Roiz de Brito fidalgo da Casa de sua alteza e comendador nesta vila e termo e não há aqui escudeiro nem um os direitos reais da portagem são do dito comendador e rendem um ano por outro ( sumido ) seis mil reais entre a vila e termo
a renda do verde é do concelho e el Rei nosso senhor tem um terço dela ... ( palavra riscada ) de que rende a terça anos há aí de 800 e outros 900 e outros anos mil reais e esta é o verde da dita
há nesta vila e termo dois tabeliães públicos e um escrivão da câmara e almotaceria e das sisas, estes tabeliães e escrivão da câmara e almotaceria são ofícios do mestrado Os tabeliães pagam de pensão 300 reais cada um em cada um ano
aqui não há judiaria nem mouraria e haverá vizinhos e moradores na vila e termo homens tirando moços haverá 300 ( á margem - 300 moradores ) moradores na vila e termo e não há aqui escudeiros e por ser verdade Eu Pero Vaz tabelião público na dita vila e termo por sua alteza ... (sumido) escrevi
       (sumido)              André (sinal) Pires
                                       Hº (sinal) Gonçalves

Castelo Branco (fls 7 vº)

Esta vila de Castelo Branco está por el Rei nosso senhor e assim o Castelo e está nele Aires Gomes de Valadares comendador por mandado de sua alteza e a portagem da dita vila tem o dito comendador e rende em cada um ano catorze mil reais e a terça da renda do concelho rende em cada um ano quatro mil e cinco mil reais os quais se arrecadam aqui por Diogo Lopes contador das obras dos muros e canais barxeys ... (palavra riscada) na comarca da Beira e Riba Coa
Mais nesta dita vila Garcia dos / de sua altada ( sic ) Garcia de Melo Pero de Sousa o comendador da Lousa Diogo Lopes
del Rei nosso senhor que Deus tem Rº Rebelo
João Serrano, escrivão da si (sic)
Garcia Mendes
Fernão Vaz de Castelbranco
Pero Vaz de Castelbranco
Rui Vaz de Refoios
..... (comido pela água) ... sisa
(2ª coluna ao fundo) Mem Gonçalves, criado do Infante D. Fernando que Deus tem, escrivão dos órfãos
(fls 8) Francisco Soares, criado do Infante D. Fernando que Deus tem, juíz dos órfãos
João Fernandes, criado da senhora Rainha ... (palavra riscada) coudel
O dito Mem Gonçalves tabelião
Gº Travassos tabelião
Pero Afonso tabelião
Diogo Nunes escrivão da câmara
Os direitos reais da comuna desta vila rende em cada um ano 23.000 reais
o número da gente desta vila e termo são oitocentos e vinte pouco mais pouco menos ---- 820 (à margem 820 moradores)
Isto atrás escrito escrevi eu Diogo Nunes escrivão da câmara e assinei e vi
                               R. Digo Nunes
                               escrivão R.

São Vicente da Beira (fls 8vº)

Aos 15 dias do mês de Março do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1496 anos na vila de São Vicente da Beira nas moradas de mim tabelião estando aí Fernão Roiz Vasco Roiz juízes ordinários na dita vila perante eles compareceu Lourenço Afonso homem deste almoxarifado e notificou aos ditos juízes o treslado desta carta del Rei nosso senhor sobre a qual se achou isto que se segue
A portagem desta rende seis sete mil reais e é a metade é de João Tavares comendador desta vila e a outra metade é do mosteiro de São Jorge de Coimbra
E os moradores da pensão de Rio de Moinhos, termo desta vila são foreiros ao dito mosteiro e comendador que tudo renderá a cada um quatro mil reais
Os bens que traz Diogo da Cunha que são da Ordem de Avis que os tem aforados à ordem e pagam de foro em cada um ano mil reais
A judiaria desta vila anda ....... a de Castelo ..... distam sua ..........
fls 9 (não está número da) Há nesta vila Diogo da Cunha que é fidalgo
Pero Vaz e Rui Fernandes são escudeiros del Rei nosso senhor que ora é
Lopo de Azevedo este é criado del Rei Dom Afonso que Deus haja
Pero Camelo esse é criado do Infante que ora é
Diogo de Almeida é tabelião
Afonso Coelho é tabelião e escrivão das sesmarias
Brás Gonçalves é tabelião e coudel nesta vila
Mem Gonçalves escrivão da coudelaria
Rui Fernandes é escrivão da câmara e almotaçaria
Juiz dos Órfãos Heitor Lopes
escrivão dos órfãos  Vasco Roiz
Juiz das sisas Afonso Álvares da Covilhã
Gº Esteves das sisas desta vila
Nesta vila há um tributo que se chama soldo de água que este concelho desta vila paga mil e seiscentos reais que ora tem Vasco Gil de Castelbranco e isto em cada um ano.
nesta vila .... (rasgado) ... Castelo e é do ..... mestrado de Avis.
fls 9 vº (sem número) O número de gente desta vila e termo são trezentos e trinta e sete moradores. aqui não há outra coisa que pertença a este caderno e porque é verdade Eu Brás Gonçalves tabelião na dita vila por o senhor Dom Jorge nosso senhor isto escrevi e assinei com o meu sinal.
    a) Brás Gonçalves          a) Fernão Roiz        a) Vasco Roiz

(Fls 12 vº)  (Depois da Covilhã)

Belmonte (fls 12 vº)

Belmonte é del Rei nosso senhor com sua fortaleza é alcaide mor dela João Fernandes Cabral e os direitos dela são do dito João Fernandes . S. portagem dois mil e quinhentos reais e quinhentos de colheita da dita vila e de sisas judenga quatrocentos reais
das pensões dos tabeliães 600 reais
das rendas do dito Castelo da vila e termo 433 alqueires de centeio
de trigo 51 alqueires em cada um ano
de vinho 30 almudes
de linho para amanhar 3 cargas
de galinhas 30 galinhas
de çumagre 3 arrobas
estes são os oficiais da dita vila
João Gonçalves e António Roiz tabeliães por el Rei
Pero Álvares juiz das sisas e Gº Anes Botelho escrivão delas
Antão Vaz juiz dos órfãos e o dito António Roiz escrivão
Estes são os moradores que vivem na dita vila de Belmonte e seu termo
na vila moradores 88 homens
seu termo 50 homens

Sortelha (fls 13)

Aos 7 dias do mês de Março de 96 anos na vila de Sortelha foi apresentada esta carta del Rei nosso senhor e mandado do contador a João Barreiros juiz ordinário na dita vila por mim Frei Diogo capelão na dita vila testemunhas Lourenço Afonso homem do almoxarifado da Guarda e a mulher de Antão Afonso escrivão das sisas e por verdade assinei aqui por minha mão Frei Diogo
E achou-se isto que se segue
                   a) Lourenço (sinal) Afonso
fidalgos cavaleiros escudeiros que criados sejam dos Reis Infantes nesta vila não há nenhuns somente o alcaide que chamam Gomes da Fonseca e criado del Rei Dom João que Deus tem.
ele tem com o dito castelo de renda 9000 mil reais e na dita vila não há outras rendas nenhumas.
mouraria nem judiaria não hã na dita vila
Antão Afonso escrivão das sisas
Martim Gonçalves tabelião do público e judicial
O dito Afonso tabelião do público
nesta vila e seu termo são por todos ( à margem - 140 moradores ) cento e quarenta homens e por ser verdade assinamos aqui p. João ( sinal ) Barreiros  L Frei Diogo  
                                                        Juiz                               Lourenço (sinal) Afonso


(a fls 13 vº está em branco) (2)


            No numeramento de 1496 falta Segura, Penha Garcia, Castelo Novo e Idanha-a-Nova que eram da Ordem de Cristo, mas Castelo Branco, que também era, figura!


Fontes – 1) O mapa, sem o percurso, foi retirado de Dias, João José Alves, “A Beira interior em 1496 (sociedade, administração e demografia)". 2)Corpo Cronológico doc 82, ms 2, parte 2ª.
           
Nota dos editores – Posteriormente continuaremos a  publicar algumas  reflexões  feitas  por Luiz Fernando Carvalho Dias sobre estes assuntos.




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