terça-feira, 17 de maio de 2011

Covilhã - Os Juízes de Fora II

Apresentamos hoje documentos do espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias, com a finalidade de provar que Rui Caldeira (1), era juiz de fora da Covilhã em 8 de Novembro de 1500, conforme o tombo dos bens de S. Lázaro e em 19 de Novembro de 1503 já tinha deixado de exercer esse cargo, conforme a carta de ofício de tabelião do judicial.


Tombo do Benaventurado Senhor Sam Lazaro

De todos os seus beens e rendas e propiadades da gafaria de sam Lazaro desta villa de Covilham que tem na dita villa e seus termos de que o Concelho he ministrador que ora foy fecto per mandado de Ruy calldeira, caualleiro da casa del Rey nosso senhor e juiz de fora com allçada na dita villa O qual tombo ho dito Ruy calldeira mandou fazer a aluaro memdez escudeiro e tabeliam comiguo aluaro fernandez, esto por quanto o tombo velho que ahy avia dos ditos beens era jaa tam velho que senam podia ller e mais os ditos beens e prazos serem jaa as pessoas a que foram emprazadas findos e trespassados os beens e prazos em filhos e netos e em outras pessoas que se nam sabiam nem achavam […] e fizemos este tombo com esta decraraçam que se ao diamte seguee que see começou oje a biij dias do mês de Novembro de mill e quinhentos annos. […]  (2)

Carta de Ofício de Tabelião do Judicial

Dom manuell etc. a vos Juizes Concelho e homens bõos da nosa villa de covjlhãa saúde sabede que a nos foy ora dito que hu pêro machado tabelliam do judiciall em esta villa tinha feitos tantos e taaes erros em o dito oficio per que o cõ direito devja perder antre os quaes era que elle dito pêro machado escprevera huns termos de hua demanda que  hum luís Afonso home do meirinho que servja cõ Ruy caldeira juiz de fora que foy em esta dita villa demãdava a hum tome luís e fernam luís seu pay e hum fernã dallvarez polla pena de huas armas (?) e voltas e polla pena em o qual feito o juiz dera sentença em favor do dito luís Afonso que a dita demãda fazia  […] elle perde pera nos o dito oficio de tabeliã do judicial e nos o podermos cõ direito dar a quem nosa merçe fose e ora querendo nos fazer graça e merçee a António mendez criado do nosso chanceler moor morador em esta dita villa  lhe fazemos mercee.[…] do dito oficio. […] em forma dada em a nosa cidade de lixboa aos xix dias do mês de Novembro el Rey o mandou per dotor Ruy boto de seu conselho e chanceler moor em seus Regnos e senhorios pêro gomez a fez anno de mjll e bc e três anos. (1503)
Ano do nacjmento de nosso senhor Jhesu christo de mjll e quinhentos e três anos aos xix djas do mês de Novembro na cydade de llysboa me fez el Rej nosso senhor merçee deste ofycyo asyma scripto Eeu António mendez que esto esprevj e por verdade asyney aqui de meu ppubrico sinall que tal he ( lugar do sinal público).

Carta de ofício - In : ANTT- Chancelaria de D. Manuel, livro 35, fls 56 v. ; ou
PT-TT-ID-1-41_105v

Notas dos editores – 1) Ver neste blogue o texto Covilhã – OS Juízes de Fora. 2) – Contamos apresentar outra parte deste documento com a descrição dos bens da gafaria de S. Lázaro situados na Covilhã, a propósito de Covilhã - Instituições primitivas de solidariedade social.

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