sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Covilhã - A Misericórdia, uma Instituição de Solidariedade Social XI

As Misericórdias: Exposição da Rainha Dona Leonor – 1958

A rainha Dona Leonor, mulher de D. João II, fundou e protegeu as Misericórdias. Nasceu em 1458 e morreu em 1525. Em 1958, ano do 5º centenário do seu nascimento, a Fundação Calouste Gulbenkian organiza uma exposição em honra de Dona Leonor sobre as Misericórdias espalhadas pelo país. Realiza-se no Mosteiro da Madre de Deus, em Lisboa, onde Dona Leonor está sepultada. Para essa exposição Luiz Fernando Carvalho Dias foi encarregue de fazer uma pesquisa em várias Misericórdias do interior do País. Hoje mostramos algumas fotografias tiradas pelo autor e posteriormente apresentaremos uma resenha dos bens dessas Misericórdias em 1958.

Igreja e pormenor da Misericórdia de Alpedrinha
 Igreja da Misericórdia de Sobreira Formosa
Igreja da Misericórdia de Monsanto
Igreja da Misericórdia do Fundão
 Igreja da Misericórdia de Proença-a-Nova
Igreja da Misericórdia de Sarzedas
Igreja da Misericórdia de Penamacor

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Covilhã - Rui Faleiro V

Mais dados biográficos de Rui Faleiro – 23 de Julho de 1527, dia em que Eva Afonso, a viver em Sevilha, apresenta, por um seu procurador, uma petição na Covilhã

       Eva Afonso, mulher de Rui Faleiro, está envolvida num processo com Francisco Faleiro para conseguir a curadoria de seu marido, como vimos numa anterior publicação. Hoje vamos apresentar um documento de 23 de Julho de 1527 em que se diz que na Igreja de Santa Marinha, Covilhã, (1) o tabelião Álvaro Mendes, em nome de Eva Afonso, compareceu perante o arcipreste com uma petição, para que fossem ouvidas várias testemunhas que comprovassem que Eva e Rui Faleiro tinham casado naquela igreja. A certidão (“público estormento”) contém os testemunhos de várias pessoas.

A Covilhã e a Cova da Beira em 2011
Fotografia de Miguel Nuno Peixoto de Carvalho Dias
 

In nomine domini Amen. Saibam quantos este público estormento dado por autorida­de de justiça virem como no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1527 anos, aos 23 dias do mês de Julho, em a vila de Covilhã, na igreja de Santa Marinha da mesma vila, estando aí o muito honrado o bacharel António Roiz, prior de S. Vicente de Mangualde, acipreste em a dita vila e seu aciprestado pelo muito magnifíco reverendo em Cristo padre e senhor dom Jorge de Melo, por mercê de Deus e da Santa Igreja de Roma bispo da Guarda, do conselho de El Rei nosso Senhor e seu esmoler mór e aí perante ele dito acipreste pareceu Alvaro Mendes, tabalião, morador em a dita vila, e em nome de Eva Afonso, sua cunhada, sobrinha de sua mulher, em seu nome apresentou ao dito acipreste uma petição que é a seguinte de verbo a verbo: Muito virtuoso senhor António Roiz acipreste em esta vila de Covilhã e seu aciprestado pelo muito reverendo e magnífico senhor dom Jorge de Melo, bispo da Guarda, de cuja diocese a dita vila é. Eva Afonso, estante que ora é e sou em a cidade de Sevilha dos reinos de Castela, faço saber a vossa mercê como a mim me é necessario um estromento de fé e certidão com dito de testemunhas que se apresentarem como é verdade que eu sou casada per palavras de presente como manda a santa madre igreja com Rui Faleiro, comendador, estante que ora é em a dita cidade de Sevilha, antre ambos fomos recebidos e casados polas ditas palavras de presente em as mãos de clérigo beneficiado à porta da igreja de Santa Marinha da dita vila e por assim ambos sermos casados e vivermos juntamente em casa, casados e velados, comendo em uma meza e dormindo em uma cama como marido e mulher e sempre fomos por taes havidos, consentidos e comunmente reputados antre todos com rezão jurado saber deste legítimo matrimónio de antre ambos veio a nascer uma filha que outro sim por dantre ambos ditaram foi nascida e havida e bautisada e de todo isto é pública voz e fama e opinião antre todos e … que senhor pelo que lhe é necessário serem pregunta­das testemunhas, peço a vossa mercê que fielmente per seu juramento me as pregunteis pelo constante nesta petição e assim se me conhecem a mim e ao dito Rui Faleiro, meu marido, e com seus ditos me mande passar um publico estromento para guarda de minha justiça … e me fará justiça, a qual petição sub apresentada ao dito acipreste e ele pôs nas costas dela o despacho seguinte : apresente neste por parte da suplicante as testemunhas de que se espera ajudar e que do caso saibam e sejam preguntadas e com sua fé e ditos lhe seja dado seu estromento. e logo per o dito Alvaro Mendes requeren­te foram apresentadas as testemunhas seguintes e seus ditos e testemunhos são os que seguem:
Fernão Afonso, prior da igreja de S. Miguel da dita vila, testemunha chegada por parte da dita Eva Afonso, juramentado aos santos evangelhos, pelo dito acipreste preguntado pelo conteúdo na dita petição, que era o que delo sabia, ­disse ele testemunha que era verdade que ele é cura da igreja de Santa Marinha da dita vila onde o pai e a mãe da dita Eva Afonso e seu marido Rui Faleiro foram fregueses e que ele se acorda amoestar ao dito Rui Faleiro e Eva Afonso em a igreja, por três Domingos como manda a Santa Igreja e, depois das três amoestações, ele testemunha se acorda, afirma receber os sobre ditos Rui Faleiro e Eva Afonso às portas principais da dita igreja donde eram fregueses, estando muita gente de presente. o qual recebimento foi per as palavras seguintes, a saber, eu Eva Afonso recebo a vós Rui Faleiro por meu marido bom e lídimo assim como manda a santa madre igreja de Roma e estas mesmas palavras em continente disse ele Rui Faleiro, consentindo eles ambos per suas livres vontades no dito casamento …… disse ele testemunha que sabe depois do dito recebimento deles sabe e os viu viver ambos em uma casa da dita freguesia como marido e mulher, comendo em uma meza e dormindo em uma cama e dantre ambos ele testemunha sabe haverem uma filha e sempre foram havidos por casados como marido e mulher a qual filha foi bautisada por sua filha dantre ambos, o que dito tem havia por voz e fama como é opinião de todos, os quais Rui Faleiro e Eva Afonso ele testemunha conhece que são os estantes na petição e ao costume disse nichil. Eu António Afonso escrivão e escreví.
Manuel Roiz, morador na dita vila, testemunha nomeada ao dito caso, juramentado aos santos avangelhos pelo acipreste preguntado pelo costume e cousas que lhe pertencem disse ela testemunha que é compadre da dita Eva Afonso e que com todo dirá a verdade do que sabe e do costume al não disse. Z. preguntado pelo constante na dita petição que lhe toda foi lida disse ele testemunha que é verdade que quando o dito Rui Faleiro veio à igreja de Santa Marinha a receber a dita Eva Afonso ele testemunha ficara em casa de Afonso Alvares, pai da dita Eva Afonso, ministrando o jantar para os convidados, porem disse ele testemunha que os que vieram à igreja que eles disseram que os vira receber e casar, que ele testemunha sabe que desde aquele dia do recebimento em diante ele testemunha os viu estar sempre dai em diante como marido e mulher, estando em sua casa deles comendo em uma meza e dormindo ambos em uma cama como casados e velados e por tais havidos e reputados antre todos e sabia ele testemunha que houvera uma filha de antre ambos e como filha de ambos foi havida e tida sempre e bautisada com grande festa e … e ele testemunha conhece a dita Eva Afonso e Rui Faleiro e eram grandes seus amigos, os quais são os conteúdos na dita petição e al não disse e o que dito tem havia por voz e fama e eu António Afonso escrivão e publico notário o escrevi.
Maria Fernandes, moradora na dita vila, testemunha ajuramentada aos santos evangelhos per o acipreste e preguntada pelo costuma disse ela testemunha nichil. Z. preguntada ela testemunha polo conteúdo na dita petição que lhe foi lida e declarada disse ela testemunha que era verdade que se acordava do recebimento de Rui Faleiro com Eva Afonso ao qual recebimento ela testemunha foi presente, a saber, vieram da casa do pai da dita Eva Afonso à igreja de Santa Marinha com muita gente donde ela era freguês e ela testemunha os viu receber à porta principal da dita igreja de Santa Marinha, nas mãos do prior de S. Miguel, a saber Fernão Afonso, cura da dita igreja, per as palavras seguintes, dando ambos as mãos, dizendo ela dita Eva Afonso: Recebo a vós Rui Faleiro por meu marido bom e lidimo assim como manda a santa madre igreja de Roma, as quais palavras o dito Rui Faleiro disse in continenti per a mesma maneira que ela disse, consentindo ambos per suas próprias vontades no dito casamento e disse ela testemunha que dai em diante os sabia estarem ambos em sua casa como marido e mulher, comendo ambos em uma mêza e dormindo em uma cama de que antre ambos nascera uma filha que foi bautisada por sua filha e por sua havida e al não disse somente que esta era publica voz e fama e comum opinião a todos. Eu António Afonso escrivão o escrevi. […]
[…]eu António Afonso escrivão o escrevi e com os ditos das ditas testemunhas o dito Alvaro Mendes em nome da dita Eva Afonso pediu o dito instrumento e o acipreste mandou a mim notário e … ele o tresladasse e lho levasse para ele assinar Eu o tresladei e vai tresladado mui fielmente sem borrão deste nem entrelinha, vai em quatro meias folhas com esta e vai por mim notário assinado pubrico  de meu sinal que tal é sem embargo de ir assinado por mim.
Antonius Rodericus      Sinal tabelionico
                                                             Antonius Alfonsus (2)
 
Nota dos editores – 1) A Igreja de Santa Marinha foi demolida. Hoje existem na Covilhã a Rua de Santa Marinha e o Largo de Santa Marinha. 2) O documento foi transcrito por Luiz Fernando Carvalho Dias.


http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2011/11/covilha-rui-faleiro-iii.html
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2011/09/covilha-rui-faleiro-i.html 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Covilhã - Lista dos Sentenciados na Inquisição XXIV

Lista dos Sentenciados no Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa, Coimbra e Évora, originários ou moradores no antigo termo da Covilhã e nos concelhos limítrofes de Belmonte e Manteigas.

551    Tomé Fernandes Lopes ou Tomé Fernandes, ½ x.n., de 47 anos, saboeiro, solteiro, natural e morador no Fundão, filho de Manuel Fernandes Lopes, saboeiro, e de Maria Vaz, naturais do Fundão, neto paterno de António Fernandes e de Maria Lopes e materno de Pedro Vaz e de Luísa Leitão, de 5/9/1706 a 6/8/1711. (Os irmãos são os referidos sob os nº 540, 541, 550 e 552 desta lista)
PT-TT-TSO/IL/28/11491.

552      Isabel Leitão ou Isabel Leitoa, parte de x.n., de 33 anos, natural e moradora no Fundão,casada com João Rodrigues ou João Costa Ribeiro, almocreve, filha de Manuel Fernandes Lopes, saboeiro, e de Maria Vaz, neta paterna de António Fernandes e de Maria Lopes e materna de Pedro Vaz e de Luísa Leitão, de 23/7/1706 a 6/8/1711, (Os irmãos são os referidos sob os nº 540, 541, 550 e 551 desta lista)
PT-TT-TSO/IL/28/9327

553      Graça Nunes, x.n., de 33 anos, casada com José Mendes ou José Mendes Pereira, tintureiro, natural de Belmonte e moradora na Covilhã, filha de Gaspar Ferreira, mercador e de Maria Nunes, de 24/8/1709 a 26/7/1711. (O marido e os filhos são os referidos sob os nºs  431, 576, 580 e 581 desta lista)
PT-TT-TSO/IL/28/1178

554     Mariana Silva, x.n., de 26 anos, mulher de Pedro Vaz da Silva, mercador, natural e moradora na Covilhã, filha de Matias Mendes Seixas, x.n., médico, natural de Celorico, morador na Covilhã e de Brites Mendes, x.n., neta paterna de Bernardo Mendes ou Bernardo Mendes Correia, mercador e de Brites Mendes, naturais e moradores que foram na Guarda e materna de Manuel Rodrigues, mercador e Ana Rodrigues, naturais e moradores que foram na Guarda, (As irmãs são as referidas sob os nºs 620 e 622 desta lista. O processo do pai é 28/ 5216), de 9/9/1706 a 11/1/1711.
Processo digitalizado PT-TT-TSO/IL/28/6502

555      Diogo Nunes Ribeiro ou Diogo Morão, x.n., de 25 anos, tendeiro, natural de Idanha-a-Nova, e morador no Fundão, filho de Jorge Rodrigues Morão, natural da Idanha e de Brites Ribeiro ou Brites Ribeira, natural de Proença-a-Nova, casado com Isabel Henriques, neto paterno de João Henriques Morão, x.n., ferreiro e de Ana Mendes, x.n. e materno de Diogo Nunes e de Mécia Nunes, bisneto de Diogo Nunes Morão e de Mécia Nunes, pais do avô paterno; de Luís Vaz e Isabel Lopes, naturais e moradores em Proença, pais do avô materno; e de Francisco Roiz e Brites Ribeiro, pais da avó materna, de 11/6/1705 a 18/12/1712. (O pai, a mãe, a mulher, a filha e os irmãos são os referidos sob os nºs 489, 623, 629, 939, 522, 587, 608 e 878 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/9336

556    Manuel Rodrigues Lopes ou Manuel Roiz ou Manuel Rodrigues, x.n., 38 anos, tosador, natural e morador na Covilhã, filho de Simão Lopes, x.n., barbeiro, natural da Covilhã  e de Ana Rodrigues, natural do Sabugal, viúvo de Beatriz Pereira, neto paterno de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e de Mécia Pereira e materno de João Rodrigues e de Maria del Canho, bisneto de de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do avô paterno e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da avó paterna e de Manuel Rodrigues “o Redondo” e Branca Rodrigues, pais do avô materno, de 18/11/1708 a 18/3/1712. (Os irmãos são os referidos sob os nºs 565, 566 e 567 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/4155

557      Maria Santa, x.n., de 32 anos, viúva de Diogo Fernandes Palancho, ou Diogo Fernandes, sapateiro, natural do Fundão e moradora em Idanha–a-Nova, filha de Pedro Lopes ou Pedro Lopes Monsanto, mercador e de Isabel Mendes, neta paterna de Pedro Lopes e Isabel Rodrigues e materna de Gaspar Mendes e Maria de Vargas, bisneta de João Lopes e Maria Rodrigues, pais de Pedro Lopes, de Manuel Fernandes e Leonor Rodrigues, pais de Isabel Rodrigues, de Marcos Mendes e Isabel Mendes, pais de Gaspar Mendes; e de António Rodrigues e Isabel Nunes, pais de Maria de Vargas, de 12/6/1711 a 3/8/1711. (Os pais, a filha e os irmãos são os referidos sob os nºs 317, 344, 1034, 568 e 659 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/6200

558      António Rodrigues Monsanto ou António Rodrigues, x.n., de 54 anos, curtidor, natural e morador em Monsanto, filho de Duarte Roiz ou Duarte Rodrigues, natural de Penamacor e de Branca Mendes, natural do Fundão, casado com Maria Roiz ou Maria Rodrigues, (A filha é a referida sob o nº 879 desta lista), de 2/12/1711 a 16/12/1711
PT/TT/TSO/IL/28/11151

559      António Mendes, x.n., de 40 anos, mercador, natural e morador em Penamacor, filho de António Mendes, x.n., tintureiro, natural de Penamacor e de Brites Henriques, x.n., natural do Fundão, moradores em Penamacor, neto paterno de Manuel Mendes e materno de Branca Dias, casado com Brites Nunes, de 22/12/1711 a 7/1/1712 
PT-TT-TSO/IL/28/9320
    
560      Rafael Mendes Pereira, x.n., tintureiro, solteiro, natural e morador na Covilhã, filho de Manuel Mendes Pereira ou Manuel Mendes Pereira de Leão, natural da Covilhã e de Maria Henriques, natural do Fundão, neto paterno de Simão Rodrigues Nunes ou Simão Rodrigues, x.n., curtidor e de Leonor Pereira, ½ x.n., e materno de Francisco Lopes Monsanto, x.n., curtidor e de Maria Henriques, x.n., bisneto de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e Mécia Pereira, x.n., naturais e moradores na Covilhã, pais da avó paterna, de Francisco Lopes e Constança Lopes, pais do avô materno e de de Luís Fernandes e Isabel Fernandes, pais da avó materna, trisneto de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do bisavô Manuel Lopes e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da bisavó Mécia Pereira, x.n., em 29/1/1712. (O pai, a mãe e os irmãos são os referidos sob os nsºs 544, 328, 569, 570, 701 e 707 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/11156                     

561      Henrique Fróis Nunes, x.n., de 26 anos, boticário, casado com Violante Rodrigues, natural e morador em Idanha-a-Nova, filho de Manuel Nunes Sanches, x.n., médico e de Guiomar Nunes, x.n., neto paterno de Henrique Fróis e Mécia Nunes e materno de Marcos Mendes e Violante Rodrigues, (A mulher, os  irmãos são os referidos sob os nºs 872, 677 e 875 desta lista), de 30/1/1712 a 8/2/1712.
PT-TT-TSO/IL/28/1180

562   Manuel Rodrigues Preto, x.n., de 42 anos, tendeiro, natural e morador no Fundão, filho de Pedro Rodrigues Preto, surrador, natural de Penamacor  e de Joana de Almeida, natural e moradores que form no Fundão, casado com Isabel Nunes em 2ªs núpcias; em 1ªs com Leonor Mendes, neto paterno de Manuel Rodrigues, o borrinhos de alcunha ?, natural de S. Vicente da Beira e Violante Mendes, natural do Fundão e materno de Guiomar de Almeida, moradora em Penamacor, de 18/1/1712 a 26/2/1712. (A mulher e os filhos são os referidos sob os nºs 594, 739, 784, 829, 1011 e 1013 desta lista).
Processo digitalizado PT-TT-TSO/IL/28/4159

563    Brites Mendes, x.n., de 54 anos, mulher de Simão Franco, sapateiro, natural da Guarda e moradora na Covilhã, filha de Fernão Rodrigues e de Clara Dias, naturais da Guarda, neta paterna (será materna?) de Manuel Dias, x.n. e de Ana Mendes, x.n. e materna (será paterna?) de João Rodrigues, x.n. e de Beatriz Mendes, x.n., (Os filhos são os referidos sob os nºs 628, 632, 647, 651 e 703, 654 desta lista), de 11/3/1712 a 18/3/1712
PT-TT-TSO/IL/28/9090
                              
564  Rafael Alonso, ½ x.n., de 36 anos, sapateiro, natural de Cedavim, bispado de Cória, Espanha, morador na Covilhã,  filho de Gabriel Alonso, natural de Madrid e de Ana Maria, natural de Alcórcoa, Madrid, casado com Beatriz Mendes, de 10/3/1712 a 18/3/1712. (A mulher e os filhos são os referidos sob os nºs 568, 839, 854, 860 e 861 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/11176

565    João Rodrigues Lopes ou João Rodrigues, x.n., de 40 anos, tosador, natural e morador na Covilhã, filho de Simão Lopes, x.n., barbeiro e de Ana Rodrigues, natural do Sabugal, neto paterno de Manuel Lopes e de Mécia Pereira e materno de João Rodrigues e de Maria del Canho, bisneto de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do avô paterno e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da avó paterna, e de Manuel Rodrigues “o Redondo” e Branca Rodrigues, pais do avô materno, casado com Guiomar Nunes, de 8/3/1712 a 17/3/1712. (Os irmãos são os referidos sob os nºs 556, 566 e 567 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/1189

566    Maria Pereira, x.n., de 50 anos, viúva de Manuel da Silva, marchante, natural e moradora na Covilhã, filha de Simão Lopes, x.n., barbeiro e de Ana Rodrigues, natural do Sabugal, neta paterna de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e de Mécia Pereira, x.n., naturais da Covilhã, onde moravam e materna de João Rodrigues e de Maria del Canho, bisneta de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do avô paterno e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da avó paterna, e de Manuel Rodrigues “o Redondo” e Branca Rodrigues, pais do avô materno, de 9/3/1712 a 17/3/1712. (Os filhos e os irmãos são os referidos sob os nºs 695, 705, 880, 996, 556, 565 e 567 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/6530.

567     Brites Rodrigues, x.n., de 45 anos, solteira, natural e moradora na Covilhã, filha de Simão Lopes, barbeiro, e de Ana Rodrigues, natural do Sabugal, neta paterna de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e de Mécia Pereira, x.n., naturais da Covilhã, onde moravam e materna de João Rodrigues e de Maria del Canho, bisneta de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do avô paterno e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da avó paterna e de Manuel Rodrigues “o Redondo” e Branca Rodrigues, pais do avô materno, de 8/3/1712 a 18/3/1712. (Os irmãos sõs os referidos sob os nºs 556, 565 e 566 desta lista).
Foi seu padrinho de baptismo Fernão Cabral, alcaide-mor de Belmonte e uma irmã deste.                                   
Processo digitalizado PT-TT-TSO/IL/28/9092.

568     Brites Mendes, x.n., de 30 anos, mulher de Rafael Alonso, sapateiro, natural do Fundão e moradora na Covilhã, filha de Pedro Lopes, natural de Monsanto e de Isabel Mendes, natural de Idanha-a-Nova, neta paterna de Pedro Lopes e Isabel Rodrigues e materna de Gaspar Mendes e Maria de Vargas, bisneta de João Lopes e Maria Rodrigues, pais de Pedro Lopes, de Manuel Fernandes e Leonor Rodrigues, pais de Isabel Rodrigues, de Marcos Mendes e Isabel Mendes, pais de Gaspar Mendes; e de António Rodrigues e Isabel Nunes, pais de Maria Vargas, (O marido, os filhos,  pais e os irmãos são os referidos sob os nºs 564, 839, 854, 860, 861, 317, 344, 557 e  659 desta lista), de 10/3/1712 a 18/3/1712.
PT-TT-TSO/IL/28/9093.

569  Miguel Mendes Pereira, x.n., de 25 anos, solteiro, tintureiro, natural e morador na Covilhã, filho de filho de Manuel Mendes Pereira ou Manuel Mendes Pereira de Leão, natural da Covilhã e de Maria Henriques, natural do Fundão, neto paterno de Simão Rodrigues Nunes ou Simão Rodrigues, x.n., curtidor e de Leonor Pereira, ½ x.n., e materno de Francisco Lopes Monsanto, x.n., curtidor e de Maria Henriques, x.n., bisneto de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e Mécia Pereira, x.n., naturais e moradores na Covilhã, pais da avó paterna, de Francisco Lopes e Constança Lopes, pais do avô materno e de de Luís Fernandes e Isabel Fernandes, pais da avó materna, trisneto de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do bisavô Manuel Lopes e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da bisavó Mécia Pereira, x.n., de 30/5/1712 a 7/6/1712. (O pai, a mãe e os irmãos são os referidos sob os nsºs 544, 328, 560, 570, 701 e 707 desta lista).
Processo digitalizado PT-TT-TSO/IL/28/4163                       

570     Teresa Mendes, x.n., solteira, de 26 anos, natural e moradora na Covilhã, filha de Manuel Mendes Pereira ou Manuel Mendes Pereira de Leão, natural da Covilhã e de Maria Henriques, natural do Fundão, neta paterna de Simão Rodrigues Nunes ou Simão Rodrigues, x.n., curtidor e de Leonor Pereira, ½ x.n., e materna de Francisco Lopes Monsanto, x.n., curtidor e de Maria Henriques, x.n., bisneto de Manuel Lopes, x.v., barbeiro e Mécia Pereira, x.n., naturais e moradores na Covilhã, pais da avó paterna, de Francisco Lopes e Constança Lopes, pais do avô materno e de de Luís Fernandes e Isabel Fernandes, pais da avó materna, trisneto de Manuel Lopes e Brites Antunes, x.x.v.v., pais do bisavô Manuel Lopes e de Diogo Pereira, alfaiate e Leonor Mendes, x.x.n.n., pais da bisavó Mécia Pereira, x.n., em 30/5/1712. (O pai, a mãe e os irmãos são os referidos sob os nsºs 544, 328, 560, 569, 701 e 707 desta lista).
PT-TT-TSO/IL/28/11155

Fonte – Os dados em itálico foram retirados do “site” do ANTT – Arquivo Nacional da Torre do Tombo relativo aos processos do Tribunal da Inquisição.
Na cota dos processos, as indicações IL/28, IC/25 e IE/21 referem-se aos tribunais, respectivamente, de Lisboa, Coimbra e Évora.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Covilhã - Contributos para a sua História dos Lanifícios - XI

Retomamos hoje a série “Contributos para a história dos Lanifícios” com algumas imagens antigas do espólio de Luiz Fernando Carvalho Dias: a 1 é do “Diário Ilustrado” de 1873 representando a fábrica do Visconde da Coriscada (Francisco Joaquim da Silva Campos Melo) na Ribeira da Carpinteira. As seguintes já são de 1922, do jornal “A B C”: a 2 e a 3 mostram a fábrica e o lavadouro, propriedade de João Rodrigues Peixoto e Prudêncio Rodrigues Peixoto (avô do editor), na Ribeira da Degoldra, Pisão Novo. A 4 é a secção de fiação e cardação da fábrica Álvaro Morais. A 5 é de um depósito de anilinas da Firma Fernando da Cruz & Filhos. A 6 é a secção da escolha de lã da casa Manoel Jerónimo de Matos. A 7 são imagens de algumas secções: turbinas duplas, metedeiras de fio, urdideiras, teares de ferro (no sentido dos ponteiros do relógio), na Fábrica António Estrela & C.ª. A 8 é a fachada dos armazéns da Sociedade de fabricantes de Lanifícios, de Carlos Alberto Godinho & C.ª. A imagem 9 e a 10 são aspectos de uma secção de vendas e dos escritórios dos armazéns de Manoel Jerónimo de Matos.

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9

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As Publicações do blogue:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2012/09/covilha-as-publicacoes.html

As publicações sobre os Contributos para a História dos Lanifícios:
http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2012/11/covilha-contributos-para-sua-historia.html 
 http://covilhasubsidiosparasuahistoria.blogspot.pt/2012/08/covilha-contributos-para-sua-historia.html






quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Covilhã - Os Forais e a População nos séculos XV e XVI - IV

Hoje vamos apresentar opiniões várias, e por vezes incompletas e dispersas, de Luiz Fernando Carvalho Dias sobre forais e censos, em especial as relativas ao censo de 1496 e ao Foral de D. Manuel. Depois seguir-se-á o Censo de 1527.

     Antes dos finais do século XV: Terá havido um censo anterior? Existe uma notícia esquecida na obra de um grande jurista (Professor Doutor Magalhães Colaço?) de um censo do século XIV.  Será de facto um censo?
            Costa Lobo chega a dar-nos alguns números demográficos, mas díspares, do século XV, sem contudo lhes procurar dar um sentido de unidade e sem que eles lhe sugerissem a existência dum censo global ou parcial do país.
            Há um censo do século XV desconhecido e o documento novo [o Numeramento de 1496] que o comprova. Seu carácter nacional. “Caderno das Rendas e da Gente da Beira”. (1) Data presumível desse censo? O achado levou-nos a organizar um quadro. Escreveu Luiz Fernando Carvalho Dias e nós, editores, pensamos que seja o quadro que agora apresentamos:

Beira Baixa e Beira Alta


Sec XV
Sec XVI
Observ


Censo 1527
Doc. Visc. Santarém
Doc. Dioceses


Covilhã


2334

819
3241
4060


4060

Valhelhas
230



430
Pampilhosa



137

Castelo Branco


820

870
547
1417


1417

S.Vicente da Beira

337



582

Castelo Novo



571


Sortelha


140
78
---
383



Atalaia



62

Idanha-a-Nova




267

Idanha-a-Velha




199

Segura



200

Salvaterra
130


239

Pena Garcia



42


Monsanto



300?

356
138
494


494

Rosmaninhal
70


191

Manteigas
220



397

Penamacor


115
380

446
418
864


864


Belmonte



88
159
---
244



244

Oleiros



289

Alvaro



215

Bemposta



39

Proença
130


219


Guarda



1000
379

2321
379
1942
2321


2321


2321
  
            Trabalho de investigação local a realizar, para integrar os seus números.
            Não se trata do censo do século XVI (1527), porque os seus números são diferentes, como já provámos! Se não fora os seus números, era o facto de constituir a região perdida.
            Não se trata do processo para os forais!
            É um documento autêntico e original com ligações com o Rol dos Corregedores das Comarcas (Regimento) de D. Afonso IV. (Já publicado)
            Esse documento revela já uma técnica censitária anterior à utilizada no século XVI em algumas províncias: comprova que no século XVI se tomou já por modelo a técnica do censo anterior.
            Os números do nosso documento estão para os do século XVI numa mesma progressão que os de Costa Lobo - o que revela serem da mesma data.
            O facto dos números do censo do século XVI serem ainda utilizados muito mais tarde levam-nos a concluir que com os do século XV o mesmo aconteceria.
            A rapidez da recolha pressupõe a existência de um trabalho anterior, axioma também aplicável ao censo de 1527: ou então a existência de um censo permanente da população com fins fiscais, militares, e económicos - actualizável dentro de períodos e períodos certos.

            Na época de D. Manuel, no conceito de vizinho há que considerar um conceito restrito e jurídico que é aquele que as leis e regulamentos e forais deixam transparecer e outro, mais vasto, que englobaria aqueles indivíduos que embora não constituindo lar por si, com bens ou mesteres, contudo se apresentavam como verdadeiras unidades populacionais: este conceito englobaria os frades e os mendigos, mas nunca seria tão vasto que pudesse abranger os escravos como a teoria de Cristóvão Rodrigues deixa transparecer. Por isso explicitamente teve que os declarar incluídos nos seus números. Já assim não acontecia com o censo de 1527. Este regista os vizinhos no estrito conceito jurídico, embora em algumas comarcas, inspirado certamente por razões de recrutamento militar, abra um capítulo à parte para os mancebos solteiros de 18 a 30 anos.
            O conceito jurídico de vizinho relacionado com o claro sistema utilizado por Cristóvão Rodrigues e com uma apurada leitura do censo de 1527 dão-nos a chave para a interpretação deste.

            Azurara dá-nos na Crónica da Guiné a população da Madeira:
150 moradores que Gama Barros equipara a fogos pois o mesmo Azurara acrescenta:

 a fora outras gentes que aí havia, assim como mercadores, e homens e mulheres solteiros e mancebos e moços e moças, que já nasceram na dita ilha, e isso mesmo clérigos e frades e outros que vão e vêm por suas mercadorias e coisas que daquela ilha não podem escusar“.
             A referência a clérigos e frades e mercadores demonstra que se refere a fogos ou a vizinhos. Não seriam os clérigos e frades e mercadores considerados vizinhos?
            Normalmente o número de vizinhos é fácil de manter, visto que os maiores movimentos da população são fora desta denominação.
            A fixação do número de besteiros em cada concelho devia derivar não da população mas das necessidades de defesa e das condições da guerra e da adaptação do povo a esse género de arma. Que a população nada devia ter com o assunto deriva do minúsculo concelho de Valhelhas ter 36 besteiros e a Covilhã somente 30 .

       Nem sempre a nomenclatura dos recenseados é idêntica à carta del Rei e isso só demonstra que os números recolhidos têm por base a forma tradicional na região de recolher o número de vizinhos e é filha do tipo  e fim da recolha inicial existente. Nos números de 1496 é curioso notar que se declara expressamente no capítulo da Covilhã que não dão mais elementos por não serem pedidos:

 São do número do povo com os judeus que são cento e oito, dois mil e trezentos e trinta e quatro pessoas E nesta conta entram muitos escudeiros criados del Rei nosso senhor e doutro muitos fidalgos que não vão nomeados pelos seus nomes porque no mandado se não contém nem faz declaração. Feito aos 16 dias de Março Afonso Álvares o fiz de 1496.
            Outras notícias do nosso documento para a história económica e jurídica do País:

            Os direitos reais na Beira antes da reforma dos forais e sua comparação com estes em cada concelho. No foral da Covilhã, outorgado por D. Manuel, à semelhança de outros forais, concede-se à vila a liberdade, direito expresso nestes termos:

 E por quanto no dito foral dado aa dita villa he posto por privilegyo e liberdade especial que nunca seja dada nem tirada da nossa coroa do Reino. A nos praz de o asy aprovar e confirmar pera sempre sem mays outra confirmação averem pera yso nunca mester.“

            A este privilégio não faz referência a Inquirição, certamente porque ela não constava do foral de D. Sancho. Não existia no foral da Covilhã esta disposição que, por exemplo, o foral da Guarda continha e a que Herculano faz referência especial na sua “História de Portugal”:

 “Damos a vos inda por foro que nom ayades outro senhor senom nos reys, e nossos filhos e quem o concelho quiser“.
             Foi certamente por renúncia deste privilégio que a Covilhã foi dada, em doação, no século XV, aos Infantes D. Henrique, D. Fernando, D. João e D. Diogo e a D. Manuel e depois no século XVI, privilégio de liberdade ao Infante D. Luiz, filho do último senhorio. Estas doações dos bens da Coroa do Reino estavam sujeitas a leis especiais na sua transmissão, pois sendo de juro e d’ herdade, só podiam transmitir a  “filho lidemo”. Foi por isso que o Infante D. Henrique adoptou o Infante D. Fernando, como filho; e a D. João, seu filho veio a suceder seu irmão D. Diogo, por dispensa régia. Como a este foram tirados os bens, não teve sucessor, que devia ser D. Manuel, duque de Beja - a quem, no entanto, D. João II fez doação directa da Covilhã.

 Infante D. Henrique, 1º Senhor da Covilhã

Dados relacionados com a doação da Covilhã ao Infante D. Henrique:
- Évora 4 de Dezembro de 1449. É dada por se ter perdido a anterior de D. João I (Livº 3º dos Místicos – fls130).
- Carta de ofício de fronteiro mor da Beira ao Infante D. Henrique, Santarém, 9 de Maio de 1440 (ano de Cristo) (Livro 3º dos Místicos, fls 181, idem fls 19).

- Ao Duque de Vizeu e Sñor da Covilhã Dom diogo, doação que falecemdo ele sem filho que sua erança aja de erdar ha aja e suceda cada um de seus irmãos dom duarte e dom manoel que a esse tempo ficar maior
Porto, 7 de Agosto de 1471 (2)

  • A Administração Pública nessa área antes das reformas manuelinas.

  • Concelhos rurais e concelhos com o predomínio da nobreza.

  • A importância das judiarias da Beira

 - Rendimento de várias judiarias da Beira e dos seus donatários, quando da expulsão dos judeus e das tenças que substituiram essas rendas:

a) Guarda: 20.000 rs em satisfação da judiaria desta cidade, a João de Sousa e sua mulher Branca daTaíde.
Carta de D. Manuel, de Évora, 28 de Novembro de 1497.    (Lº 1º dos Místicos, fls 168).
b) Covilhã: 42.500 rs “ a Dom Rodrigo de Castro, padrão de corenta e dous mil e quinhentos Reaes de tença en satisffaçam das Rendas da Judiaria da villa de Cubilhãa “ Évora, 16 de Novembro de 1497.
Esta tença vigorava a partir de 1 de Janeiro de 1498 e andaria sempre com o castelo e rendas dele, assim e na maneira que a dita judiaria sempre andou, sendo assentada e paga pelas sizas da dicta vila de Covilhã, do corpo da vila; será paga aos quartéis do ano, pelo almoxarifado da Guarda.
 c) Monsanto: 5.760 rs. “ a dona Johanna de Castro cinco mjll e sete centos e sassenta rrs. de juro e herdade em satisfaçam da rremda que rremdiam hos judeus da villa de momsamto “ (carta régia : Sintra, a 8 de Agosto de 1499 - fls 107 vº, Lº 5º dos Místicos).
- Não faz o documento que comentamos qualquer referência à judiaria ou mouraria em Penamacor, Idanha, Belmonte, Valhelhas, Manteigas e Rosmaninhal, quando é certo que anos depois vamos encontrar uma grande percentagem de cristãos novos entre os habitantes das três primeiras vilas e ainda no século XV temos notícia de alguns judeus que as habitaram.
            Delas citaremos apenas o tecelão Mail Levy, que alcançou carta de privilégio de El Rei D. Afonso V, dada na Covilhã a 2 de Novembro de 1453. (Chancelaria de D. Afonso V, Lº 4, fls 38 vº).
            Na chancelaria de D. João I há um documento referente à comuna dos judeus de Penamacor.
            Em Sortelha e Proença não existiam judiarias, porque o declara expressamente a diligência presente. Ficam assim determinadas e conhecidas as judiarias da Covilhã, Monsanto, Castelo Branco, S. Vicente da Beira e Salvaterra. (1)

- Sizão dos Judeus: D. Manuel, em satisfação das rendas de sizão dos judeus que havia nestes reinos, deu a D. Antam d’ Abranches, um padrão de 400.000 rs. de tença, para ele e para um seu filho, por carta de Lisboa, a 18 de Abril de 1504. (Lº 2º dos Místicos, fls 278)
             Da mesma carta consta que a outra doação do Sizão já fora feita a D. Fernando de Almada, por D. Afonso V, em Arronches, a 10 de Maio de 1475. Esta doação de D. Afonso V, foi confirmada por D. João II em Beja, a 24 de Março de 1489. ( Lº 2º dos Místicos, fls 189 ) Mas a renda do sizão dos judeus do reino estava já anteriormente na posse dos Condes de Abranches, pois D. Álvaro, que morreu com o Infante D. Pedro em Alfarrobeira, também tivera essa mercê, conforme se verifica da doação que D. Afonso V fez dela a D. Catarina de Castro, viúva do mesmo conde, em Lisboa, a 22 de Julho de 1449. (Lº 2º dos Místicos, fls 111)

- Escrivaninhas das Câmaras das Comunas dos Judeus: Não refere o documento que estamos a comentar o rendimento das Escrivaninhas das Câmaras das Comunas dos Judeus, embora refira, quanto à Covilhã, a existência dos respectivos ofícios e seus titulares. Sabemos porém que o rendimento das escrivaninhas em todo o reino, era de 12.000 Rs. e era seu donatário Aires da Cunha, a quem D. Manuel, em Lisboa, por carta de 21 de Março de 1499, confere um padrão de tença dessa quantia, em satisfação das mesmas, para receber a partir de 1 de Janeiro de 1500, porque foi o que se achou, por “masa” de três anos, renderem em cada um ano. (Lº 4º dos Místicos, fls 70 e 70 vº)

Nota dos editores – 1) Já tocámos neste assunto em episódios anteriores. 2)Vamos publicar documentos relacionados com o senhorio da Covilhã.